Última aposta a 13/04/2013.
Entrei em recuperação já sem esperança, era uma pessoa desesperada, sem motivação. Nem fazia ideia no que me estava a meter, mas eu não tinha mais nada a perder porque a minha vida ficou completamente destruídas pelo Jogo. Para ser completamente honesto, a primeira reunião foi um desfoque total, e na altura quando regressei a casa novamente não me conseguia lembrar de um única coisa que tinha sido dita. No entanto, eu senti uma energia diferente na sala e eu queria perceber o que era, por isso voltei na semana seguinte. Demorei algumas semanas até começar a compreender os conceitos do programa JA, mas entretanto, estava a tentar parar de jogar, mas como o meu nevoeiro cerebral era tão espesso que a mensagem não estava a passar e a minha luta continuava e não havia rendição, pois ainda não tinha ferramentas para controlar o meu cérebro e passar a recuperar o controlo emocional. Após algumas reuniões, finalmente arranjei a coragem não só para dizer à minha família que eu era jogador compulsivo (ainda era um segredo mas já pairava a desconfiança das pessoas mais próximas…) mas para abrir o coração e dar a ideia completa da verdadeira insanidade e da sua verdadeira extensão e da situação financeira terrível em que já me encontrava. Nesta altura, comecei a minha recuperação, ainda que de forma tímida, e fui estabelecendo um novo estilo de vida sem o Jogo. Quem me dera que este fosse o fim da história, e eu um dia poderia voltar a jogar. Nada disso: ao mínimo descuido o modo padrão para um jogador compulsivo é enfiar a cabeça na areia, na esperança que ó mínimo percalço desapareça e até o Jogo poderá servir de escape. As coisas só melhoram com acção. A vida atira-nos coisas más e coisas boas e as pressões externas não desaparecem, algumas delas persistem e eu tenho de as enfrentar. Não posso perder a esperança nem desespero. Se eu praticar o programa de recuperação com alguma dedicação, o meu comportamento vai sempre melhorar, sem jogo e toda a minha vida vai melhorar lentamente numa base diária. Já não tenho vergonha dos meus defeitos e estou a admiti-los, porque aprendi da maneira difícil que só admitindo as minhas falhas posso enfrentar os problemas e seguir em frente fazendo alterações na minha vida. Aceito agora que serei sempre um jogador compulsivo e o Jogo virá e tentará puxar-me mas se eu estiver atento e consciente, posso continuar a minha recuperação, maturando o meu programa espiritual dos 12 passos, numa jornada firme rumo à recuperação e liberdade. Grato e +24